Pesquisa Exploratória dos Teóricos
August Comte
Isidore August Marie François Xavier Comte foi um
filósofo francês, fundador da Sociologia e do Positivismo, trabalhou
intensamente na criação de uma filosofia positiva.
August Comte nasceu em 1798 em Montpellier, na
França. Seus pais eram católicos e monarquistas fervorosos. Comte, que rejeitou
as convicções dos pais ainda bem jovem, foi aluno brilhante, dos estudos
básicos aos superiores, na Escola Politécnica de Paris. Nesse período, seu melhor
amigo foi Henri de Saint-Simon (1760-1825), expoente do socialismo utópico, com
quem viria a romper mais tarde por questões ideológicas. Comte trabalhava
intensamente na criação de uma "filosofia positiva" quando sofreu um
colapso nervoso, em 1826. Recuperado, mergulhou na redação do Curso de
Filosofia Positiva, que lhe tomou 12 anos. Em 1842, por divergências com os
superiores, perdeu o emprego de pesquisador na Politécnica e começou a ser
ajudado por admiradores, como o pensador escocês John Stuart Mill (1773-1826).
No mesmo ano, Comte se separou de Caroline Massin, após 17 anos de casamento.
Em 1845, apaixonou-se por Clotilde de Vaux, que morreria de tuberculose no ano
seguinte. Clotilde seria idealizada por Comte como a expressão perfeita da humanidade.
O filósofo, que dedicou os anos seguintes a escrever Sistema de Política
Positiva, morreu de câncer em 1857, em Paris.
A Lei dos Três Estados
A filosofia da história, tal como a concebe Comte,
é de certa forma tão idealista quanto a de Hegel. Para Comte "as ideias conduzem e transformam
o mundo" e é a evolução da inteligência humana que comanda o desenrolar da
história. Como Hegel ainda, Comte pensa que nós não podemos conhecer o espírito
humano senão através de obras sucessivas - obras de civilização e história dos
conhecimentos e das ciências - que a inteligência alternadamente produziu no
curso da história. O espírito não poderia conhecer-se interiormente (Comte
rejeita a introspecção, porque o sujeito do conhecimento confunde-se com o
objeto estudado e porque pode descobrir-se apenas através das obras da cultura
e particularmente através da história das ciências. A vida espiritual autêntica
não é uma vida interior, é a atividade científica que se desenvolve através do
tempo. Assim como diz muito bem Gouhier, a filosofia comtista da história é
"uma filosofia da história do espírito através das ciências".
O espírito humano, em seu esforço para explicar o
universo, passa sucessivamente por três estados:
a) O estado teológico ou "fictício"
explica os fatos por meio de vontades análogas à nossa (a tempestade, por
exemplo, será explicada por um capricho do deus dos ventos, Eolo). Este estado
evolui do fetichismo ao politeísmo e ao monoteísmo.
b) O estado metafísico substitui os deuses por
princípios abstratos como "o horror ao vazio", por longo tempo
atribuído à natureza. A tempestade, por exemplo, será explicada pela
"virtude dinâmica" do ar. Este estado é no fundo tão antropomórfico
quanto o primeiro (a natureza tem "horror" do vazio exatamente como a
senhora Baronesa tem horror de chá). O homem projeta espontaneamente sua
própria psicologia sobre a natureza. A explicação dita teológica ou metafísica
é uma explicação ingenuamente psicológica. A explicação metafísica tem para
Comte uma importância sobretudo histórica como crítica e negação da explicação
teológica precedente. Desse modo, os revolucionários de 1789 são
"metafísicos" quando evocam os "direitos" do homem - reivindicação
crítica contra os deveres teológicos anteriores, mas sem conteúdo real.
c) O estado positivo é aquele em que o
espírito renuncia a procurar os fins últimos e a responder aos últimos
"por quês". A noção de causa (transposição abusiva de nossa
experiência interior do querer para a natureza) é por ele substituída pela
noção de lei. Contentar-nos-emos em descrever como os fatos se passam, em
descobrir as leis (exprimíveis em linguagem matemática) segundo as quais os
fenômenos se encadeiam uns nos outros. Tal concepção do saber desemboca
diretamente na técnica: o conhecimento das leis positivas da natureza nos
permite, com efeito, quando um fenômeno é dado, prever o fenômeno que
se seguirá e, eventualmente agindo sobre o primeiro, transformar o segundo.
("Ciência donde previsão, previsão donde ação").
Acrescentemos que para August Comte a lei dos três
estados não é somente verdadeira para a história da nossa espécie, ela o é
também para o desenvolvimento de cada indivíduo. A criança dá explicações
teológicas, o adolescente é metafísico, ao passo que o adulto chega a uma
concepção "positivista" das coisas.
(²) São igualmente metafísicas as tentativas
de explicação dos fatos biológicos que partem do "princípio vital",
assim como as explicações das condutas humanas que partem da noção de
"alma".
Saiba mais:
http://www.youtube.com/watch?v=C6oAjyYnXEw
http://www.mundodosfilosofos.com.br/comte.htm
recadox.com.br
www.educarparacrescer.com.br
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Emília
Ferreiro
Emília Ferreiro nasceu na Argentina em 1936.
Doutorou-se na Universidade de Genebra, sob orientação do biólogo Jean Piaget,
cujo trabalho de epistemologia genética (uma teoria do conhecimento centrada no
desenvolvimento natural da criança) ela continuou, estudando um campo que o
mestre não havia explorado: a escrita. A partir de 1974, Emília desenvolveu na
Universidade de Buenos Aires uma série de experimentos com crianças que deu
origem às conclusões apresentadas em Psicogênese da Língua Escrita, assinado em
parceria com a pedagoga espanhola Ana Teberosky e publicado em 1979. Emília é
hoje professora titular do Centro de Investigação e Estudos Avançados do
Instituto Politécnico Nacional, da Cidade do México, onde mora. Além da
atividade de professora - que exerce também viajando pelo mundo, incluindo
frequentes visitas ao Brasil -, a psicolinguista está à frente do site www.chicosyescritores.org, em que
estudantes escrevem em parceria com autores consagrados e publicam os próprios
textos.
Emília Beatriz María Ferreiro Schavi foi doutoranda
de Jean
Piaget. Promoveu a continuidade do trabalho de Piaget sobre epistemologia
genética - uma teoria do conhecimento centrada no desenvolvimento natural da
criança - estudando um campo que ele não havia explorado: a escrita.
A partir de 1974, na Universidade de Buenos Aires, desenvolveu uma série de experimentos com crianças que deu origem às conclusões apresentadas na sua mais importante obra: Psicogênese da Língua Escrita, publicado em 1979 e escrito em parceria com a pedagoga espanhola Ana Teberosky. A obra apresenta os processos de aprendizado das crianças, chegando a conclusões que puseram em questão os métodos tradicionais de ensino da leitura e da escrita.
Emília afirma que a construção do conhecimento da leitura e da escrita tem uma lógica individual, embora aberta à interação social, na escola ou fora dela. Neste processo, a criança passa por etapas, com avanços e recuos, até se apossar do código linguístico e dominá-lo. O tempo necessário para o aluno transpor cada uma das etapas é muito variável.
De acordo com a teoria exposta em Psicogênese da Língua Escrita, toda criança passa por quatro fases até que esteja alfabetizada.
A partir de 1974, na Universidade de Buenos Aires, desenvolveu uma série de experimentos com crianças que deu origem às conclusões apresentadas na sua mais importante obra: Psicogênese da Língua Escrita, publicado em 1979 e escrito em parceria com a pedagoga espanhola Ana Teberosky. A obra apresenta os processos de aprendizado das crianças, chegando a conclusões que puseram em questão os métodos tradicionais de ensino da leitura e da escrita.
Emília afirma que a construção do conhecimento da leitura e da escrita tem uma lógica individual, embora aberta à interação social, na escola ou fora dela. Neste processo, a criança passa por etapas, com avanços e recuos, até se apossar do código linguístico e dominá-lo. O tempo necessário para o aluno transpor cada uma das etapas é muito variável.
De acordo com a teoria exposta em Psicogênese da Língua Escrita, toda criança passa por quatro fases até que esteja alfabetizada.
·
Pré-silábica: não consegue relacionar as letras com
os sons da língua falada;
·
Silábica: interpreta a letra a sua maneira,
atribuindo valor de sílaba a cada uma;
·
Silábico-alfabética: mistura a lógica da fase
anterior com a identificação de algumas sílabas;
·
Alfabética: domina, enfim, o valor das letras e
sílabas.
Nos anos 1980, suas ideias causaram no Brasil um
grande impacto sobre a concepção que se tinha do processo de alfabetização,
influenciando os Parâmetros Curriculares Nacionais. Emília é hoje professora
titular do Centro de Investigação e Estudos Avançados do Instituto Politécnico
Nacional, da Cidade do México.
Saiba mais:
www.google.com.br
www.youtube.com/palestra-emilia-ferreiro-outubro de 2006
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Paulo freire
O mais célebre educador brasileiro, autor da pedagogia do oprimido,
defendia como objetivo da escola ensinar o aluno a "ler o mundo" para
poder transformá-lo.
Paulo Reglus Neves Freire (Recife, 19 de setembro de 1921 — São Paulo, 2 de maio de 1997) foi um educador, pedagogista e filósofo brasileiro. É Patrono da Educação Brasileira.
Paulo Freire é
considerado um dos pensadores mais notáveis na história da Pedagogia mundial, tendo influenciado o movimento chamado pedagogia crítica.
A sua prática didática
fundamentava-se na crença de que o educando assimilaria o objeto de estudo
fazendo uso de uma prática dialética com a realidade, em contraposição à por
ele denominada educação bancária, tecnicista e alienante: o educando criaria
sua própria educação, fazendo ele próprio o caminho, e não seguindo um já
previamente construído; libertando-se de chavões alienantes, o educando seguiria
e criaria o rumo do seu aprendizado. Destacou-se por seu trabalho na área da educação popular, voltada tanto para a
escolarização como para a formação da consciência política.
Autor de Pedagogia do Oprimido,
livro que propõe um método de alfabetização dialético, se diferenciou do
"vanguardismo" dos intelectuais de esquerda tradicionais e sempre
defendeu o diálogo com as pessoas simples, não só como método, mas como um modo
de ser realmente democrático.
Em 13 de abril de 2012 foi sancionada a lei 12.612 que declara o educador Paulo
Freire Patrono da Educação Brasileira.
Foi o brasileiro mais
homenageado da história: ganhou 41 títulos de Doutor Honoris Causa de universidades de Harvard, Cambridge e Oxford.
Sua família fazia parte
da classe média, mas Paulo Freire vivenciou a pobreza e a fome na infância durante a depressão de 1929, uma experiência que o
levaria a se preocupar com os mais pobres e o ajudaria a construir seu
revolucionário método de alfabetização.
Por seu empenho em ensinar os mais pobres, Paulo Freire tornou-se uma
inspiração para gerações de professores, especialmente na América Latina e na África.
O talento como escritor o ajudou a conquistar um
amplo público de pedagogos, cientistas sociais, teólogos e militantes
políticos, quase sempre ligados a partidos de esquerda.
A partir de suas primeiras
experiências no Rio Grande do Norte, em 1963, quando ensinou 300 adultos a ler e a escrever em 45 dias,
Paulo Freire desenvolveu um método inovador de alfabetização, adotado
primeiramente em Pernambuco. Seu projeto educacional estava vinculado ao
nacionalismo desenvolvimentista do governo João Goulart.
Na política, integrou o Partido dos Trabalhadores, tendo sido Presidente da 1ª Diretoria Executiva da Fundação Wilson Pinheiro,
fundação de apoio partidária instituída pelo PT em 1981 (antecessora da Fundação Perseu Abramo);
além de Secretário de Educação da Prefeitura Municipal de São Paulo na gestão petista de Luiza Erundina (1989-1992).
Aula em Angicos, em 1963: 300 pessoas alfabetizadas pelo método Paulo Freire em um mês. Foto: acervo fotográfico dos arquivos Paulo
Freire do Instituto Paulo Freire
Saiba Mais:
www.falouepontofinal.com.br
www.google.com.br
www.gentequeeduca.com.br
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